O hospital é a principal unidade pública de saúde do município e alvo de reclamações dos usuários.
“Queremos deixá-la \[Santa Casa\] em ordem antes de devolvê-la. O grande problema é que ainda há muitas dívidas a serem sanadas”, disse o secretário de Saúde Antonio de Paula Soares.
A dívida atual da instituição é de cerca de R$ 8 milhões, referente a processos trabalhistas.
“Vislumbramos uma solução a curto prazo”, afirmou o secretário de Saúde. “O valor da dívida, cuja quantia não está consolidada, já foi refinanciado.”
A gestão da prefeitura à frente da Santa Casa foi um dos principais fatores de desgaste do prefeito Hamilton Ribeiro Mota (PT) na campanha deste ano. Adversários usaram a intervenção como exemplo da falência do sistema de saúde do município.
Hamilton, que acabou reeleito, promete construir um novo Pronto-Socorro Municipal, fora da Santa Casa.
Greve. Em julho deste ano, funcionários do hospital, insatisfeitos com a infraestrutura do local e com os salários da categoria, entraram em greve.
A paralisação durou 20 dias. Uma determinação do TRT (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo) obrigou os funcionários a voltarem ao trabalho, sob pena de R$ 5.000 por dia caso o sindicato da categoria descumprisse a ordem dada. O TRT entendeu que o serviço prestado pelos trabalhadores é essencial à população.
“Ainda continuamos as negociações com o Comitê Gestor”, afirmou Carlos Gonçalves, presidente do Sindicato dos Empregados de Estabelecimentos de Serviços de Saúde de São José e Região.
Questões. O Comus (Conselho Municipal de Saúde) questiona a decisão da prefeitura.
“Acredito que a Irmandade não terá condições de gerir o hospital. Ainda hoje podemos observar problemas como falta de profissionais, de medicamentos e até de lençóis e alimentos”, disse Odilio Alves de Lima, representante dos usuários do SUS no conselho.
Nenhum membro da Irmandade de Misericórdia foi localizado ontem.
Perfil. A Santa Casa possui hoje 169 leitos, cerca de 450 funcionários e atende por mês 12 mil pessoas, em média.
Só no ano passado, a unidade consumiu R$ 11 milhões da prefeitura.
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